Novidades na Literatura de Ficção: Julho/2020

Há algumas semanas, no meu Instagram, fiz uma pequena enquete sobre o que as pessoas gostariam de ler aqui no blog. Uma amiga respondeu que gostaria de ver as novidades no mundo da literatura de ficção e eu adorei o pedido dela, e como se diz, seu pedido é uma ordem. Todo mês elencarei 4 livros novidades no mercado, inseridos no gênero de ficção. Não quer dizer que eu terei lido a todos. Serão livros que, pela análise da sinopse, história do autor e posição da editora e imprensa, eu tenha analisado como títulos importantes para a literatura ficcional. Acredito que será um bom jeito para aumentar a sua estante física, virtual e mental (e a minha também).

Pode ser que eu erre consideravelmente nas minhas escolhas — e desculpe desde já se isso acontecer —, mas pode ser que eu acerte também. Fiquem de olho nas postagens do blog, pois resenhas de algumas obras citadas nessas listas de novidades podem vir a surgir.

Comecemos com o mês de julho de 2020, um período que em muitos países do mundo já pode ser considerado pós-Covid; no Brasil ainda estamos na luta contra o vírus, mas uma coisa é perceptível no mundo inteiro: essa época de pandemia e quarentena foi muito rica para criação. Além de dezenas de novos editais e concursos voltados à área da cultura — infelizmente, nem 20% deles vindos do governo, mas sim de inciativas privadas —, os criadores estão com um tempo maior para exercitar e crescer na sua arte, seja ela qual for, inclusive a escrita. Nesta lista de Julho teremos um bônus de um 5º livro, para que você possa aproveitar ainda mais as leituras na quarentena.

“A Adorável Loja de Chocolates de Paris” – Jenny Colgan

Decidi começar a lista com um livro um pouco mais leve e de um gênero que eu amo: romance. Em “A Adorável Loja de Chocolates de Paris“, Colgan usa do chocolate — que é algo que todos gostamos, não é mesmo? —, para trazer a mensagem de que vale a pena lutar para fazer o que você ama; e que quando você faz o que ama, muita coisa boa pode acontecer.

Essa novidade na literatura de romance chamou atenção, principalmente porque me relembrou de “Melancia“, de Marian Keyes, que foi um livro também engraçadinho e romântico que eu gostei muito de ler na época e me fez bem. Além disso, quem publicou foi a editora Arqueiro — gosto bastante do estilo que eles seguem em suas publicações. Acredito que “A Adorável Loja de Chocolates de Paris” vai ser uma breve aquisição para minha estante.

“O Livro de Líbero” – Alfredo Nugent Setubal

Aterrissando em terras brasileiras com um escritor de primeira viagem, “O Livro de Líbero” tem a premissa: “você leria o seu futuro se ele estivesse escrito em um livro? E se tivesse feito algo diferente?”. Me atraiu essa possibilidade de imaginar que todos nós já possuímos o livro da nossa vida escrito. Podemos mudar uma frase? Reescrever um capítulo? De acordo com os leitores, a história é realmente emocionante. Esse livro, que é uma novidade “julina”,  foi publicado pela Intrínseca, que é outra editora que me atrai em suas publicações.

“O Silêncio da Cidade Branca” – Eva García Sáenz de Urturi

“O Silêncio da Cidade Branca” é o primeiro livro de uma trilogia — que inclusive, serviu de base para o filme do Netflix de mesmo nome. Se você, assim como eu, gosta de mistérios que tem base em um padrão, assista “Seven” do David Fincher, ah, e é claro, leia “O Silêncio da Cidade Branca”. Assim que descobri esse livro e sua história, fui ver também os comentários sobre o filme e logo fui assistir no Netflix.

Existem três tipos de pessoa: aqueles que gostam de ler antes de assistir; aqueles que gostam de assistir antes de ler e aqueles que não importa o que fizer primeiro, vai curtir ambas as coisas. Eu sou do terceiro tipo. Às vezes, quando você lê depois de assistir ao filme ou série, sua mente tem uma certa dificuldade de criar imagens próprias e apenas copia o que você assistiu. Mas fazendo um esforço você consegue separar as duas obras e tratá-las quase como únicas.

Por que quase únicas? Porque depois de um certo tempo assistindo à adaptações e filmes baseados em livros (existem diferenças entre eles), eu acabo pegando elementos da escrita literária durante o filme: a grande gama de personagens complexos, diálogos mais fechados etc. Ao assistir a”O Silêncio da Cidade Branca”, é difícil não captar esses elementos, há muita informação, que em um livro provavelmente seria mais fácil de digerir. Mas vale a pena, assistam e leiam (eu lerei).

“Minha Sombra Vanessa” – Kate Elizabeth Russell

Não, esse não é um livro lançado em Julho, ele foi lançado em Março, mas eu tomei a liberdade de abrir essa brecha por ser uma obra que trata de dois assuntos extremamente importantes: pedofilia e abuso — e é claro, tudo que é adjacente a isso, como o machismo. A autora escreve a história do ponto de vista da vítima, que, de modo desconcertante para o leitor, se culpa pelo que aconteceu com ela, que infelizmente é o que ainda acontece com muitas meninas e mulheres ao sofrerem algum tipo de abuso. Sem romantizar os temas, “Minha Sombra Vanessa” pode ser um livro de conscientização, denúncia e aprendizado.

Livro Bônus – “Controle” – Natalia Borges Polesso

Como livro bônus desta primeira lista, resolvi colocar o primeiro romance de uma escritora brasileira. Ele também não foi lançado em julho — na verdade foi lançado no ano passado, e venceu o prêmio Jabuti; mas quis mencioná-lo pois, além de estar nas listas dos nacionais mais vendidos, tudo que eu li sobre ele me deixou muita vontade de conhecê-lo. Eu indico essa resenha da Tais Bravo no blog do Medium “Mulheres que Escrevem“, que acredito que tenha sido uma das que mais chamou a atenção e que refletiu o que o romance deseja passar.

Você conhece mais algum livro de ficção que seja novidade no mercado e que acha que merece ser comentado por aqui? Deixa nos comentários! É um lançamento de abril, mas caso ainda não tenha lido “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes“, posso acrescentá-lo às minhas indicações do semestre. Já leu um desses livros que eu falei? O que achou? Comenta por aqui também para ajudar todo mundo que está na procura de novidades na literatura.

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