Audiodescrição resumida: foto de duas mãos digitando em um computador cinza. À frente da foto, em letras brancas,curso de escrita.
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Curso de Escrita: Vale a Pena?

“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Quem criou esse ditado poderia estar falando de cursos livres. Nos três primeiros meses da pandemia, a oferta de cursos online cresceu 55%, já as matrículas, 425%.  Esse crescimento está ligado ao tempo que se tornou livre, que não estava mais sendo perdido no deslocamento casa-empresa, empresa-casa.

O que fazer nesse tempo que agora me sobra? Me especializar, estudar, melhorar.

Eu segui essa onda e, desde que comecei a ficar Home Office, ainda como CLT, e depois com a vida de freelancer, nunca mais parei de fazer cursos, adquirir novos aprendizados e me aprofundar em campos do meu interesse. A maioria deles foram cursos de escrita, tanto técnica – SEO, copywriting, redação para redes -, quanto ficcional – criação de personagem e arco do personagem, bíblia de série, a estrutura do conto.

E o que tudo isso me proporcionou? Vontade de ensinar.

Preciso ter o dom da escrita?

Uma incrível coincidência foi dar de encontro com este artigo do jornalista Lira Neto sobre ensinar a escrever bem, exatamente na semana do lançamento do meu curso de escrita de ficção Estruturação de Cenas: uma história coesa com começo, meio e fim. Nele, o autor cita como não é possível ensinar aptidão e vontade, mas é possível ensinar técnicas.

Para mim a questão do dom é algo um pouco enevoado. É certo que você nasce com mais facilidade para certas atividades e menos facilidade para outras – eu e esportes, por exemplo, somos inimigos. Se me ensinarem as técnicas e regras do tênis ou do futebol americano, eu vou aprender, tanto que são dois esportes que adoro assistir. Mas se me colocarem numa quadra com uma raquete na mão, sai de perto. Aliás, nem tenho vontade de aprender a jogar bem, me contento com a torcida.

É possível ensinar a uma pessoa técnicas para que ela conheça a área e o chão onde vai pisar. Mas é muito difícil ensinar força de vontade, entusiasmo e disciplina. Isso tem que vir de dentro do aluno.

Não fosse organização, disciplina e consistência, eu não teria terminado os mais de sete cursos que fiz nos últimos dois anos e não me sentiria pronta para lançar o meu próprio curso e ajudar escritores iniciantes a organizar uma história de maneira coesa.

Por isso, você que é instrutor ou professor, faça a sua parte e dê tudo de si para ensinar a técnica e passar o conhecimento, o resto é dever do estudante. Claro que você pode tornar o processo de aprendizagem muito mais fácil e motivador, mas isso seria papo para outro artigo, porque é um assunto que prezo bastante e gostaria de trazer muitos dados.

Vai ter certificado?

Conhecimento é a única coisa que ninguém pode tirar de você, então adquira e invista nele o máximo que conseguir. Com vontade, com disciplina e organização. Se você quiser aprender, qualquer curso vai valer a pena, inclusive os cursos de escrita, em que você vai aprender técnicas e métodos, mas o desenvolvimento disso vai depender só de você – prove que sua alma não é pequena.

O carrinho para o curso Estruturação de cenas: uma história coesa com começo, meio e fim está oficialmente aberto. Nele ensinarei um método para que você drible os bloqueios criativos por meio do planejamento da escrita, além de destrinchar o que é uma cena e o que é o arco dramático.

O que você vai levar, além do tão valioso conhecimento? Vai sair do curso com a escaleta da sua história (o resumo de todas as cenas), além de leitura crítica e feedback individual. Ou seja, mentoria inclusa no curso de escrita. Ah, sim, vai ter o certificado, mas vai por mim, ele é o menos importante no meio disso tudo.

Vou guiar o caminho, serei a mentora, mas dar os passos depende apenas do aluno. Vale a pena, tenho certeza que as almas que chegarão até mim serão bem grandes.


Nat Marques é roteirista, formada em Cinema na Fundação Armando Álvares Penteado. Trabalhou de 2016 a 2020 com acessibilidade na comunicação. Em 2019, o curta “O Bosque”, o qual roteirizou e dirigiu, foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Itabaiana/SE. Em 2020, recebeu menção honrosa no concurso O Legado de Edgar Allan Poe por seu conto “Estrela da Manhã” e, no mesmo ano, foi vencedora do concurso Novos Roteiros Originais, da Organização de Estados Ibero-americanos, na categoria roteiros de série, por seu roteiro “Em Reforma”. Atualmente, trabalha com mentoria, consultoria e leitura crítica de roteiros audiovisuais e narrativas literárias, roteirização para eventos e criação de conteúdo.

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