#PraCegoVer #AudiodescriçãoResumida Anúncio. Foto de uma mesa de madeira. Em cima da mesa, um teclado preto de computador. Abaixo do teclado, três cadernetas com desenhos de ursos. Em cima das cadernetas uma caneta transparente de tampa azul. Ao centro da imagem, um quadrado branco com com o escrito quarentena: tempo de transformações em marrom.
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Quarentena: Tempo de Transformações

Desde o início da quarentena de prevenção ao coronavírus, a minha rotina foi alterada e tenho revisitado e refletido muitos sentimentos, princípios e, também, descoberto coisas sobre mim. Confesso que não sou uma pessoa que está fazendo contagem de em qual dia da quarentena está. Eu não faço ideia se estou no dia 75, no dia 90, realmente não sei, o que eu tenho certeza é que, há mais ou menos dois meses e meio, eu comecei a trabalhar Home Office, parei de encontrar todos os dias com meus colegas de trabalho, parei de sair com meus amigos, e – a maior mudança – parei de pegar o transporte público, que tomava horas do meu dia. Essa foi a primeira transformação.

“E como utilizar o tempo que não estou no transporte público de forma saudável?”, essa foi a primeira pergunta que eu fiz no meu primeiro dia Home Office (acredito que muitos também se perguntaram exatamente a mesma coisa). E a primeira resposta, extremamente intuitiva, foi: fazendo o que eu amo, escrever. 

Rotina para Escrever

Sempre reclamei como na minha rotina não achava tempo para escrever, que sempre chegava exausta em casa e, nos dias que não estava exausta, normalmente tinha que preencher o meu tempo com outros afazeres: compras no mercado; lavar roupa; cozinhar a janta e a marmita do dia seguinte – vida de recém-casados inclui todas essas tarefas de não recém-casados também. 

Apesar desses afazeres terem continuado, por muitos dias aumentei o volume de escrita em projetos antigos, que já estava trabalhando. Mas aí é que está a escuridão na vida de um escritor iniciante: para onde vão esses projetos? Não ter essa finalidade extremamente definida foi algo que sempre me desanimou e dessa vez não foi diferente.

Por um tempo parei de escrever, fiquei literalmente fazendo “vários nada” depois que meu expediente acabava. Outra transformação, porque quem me conhece mais intimamente sabe que se tem uma coisa que eu odeio fazer é nada. Eu gosto de estar ocupada 100% do meu tempo.

Porém, um dia estava pensando – durante o meu tempo desocupado – que a frase “o ócio é uma benção” é usada de forma tão negativa e irônica, e não deveria ser assim. O ócio é sim uma benção. Se não fosse o ócio – ou o “fazer nada e só ficar pensando” – não estaríamos aqui com essa sociedade organizada (ou quase isso rs) que milhares de filósofos e sociólogos pensaram e construíram ao longo dos anos. E se não fosse o ócio, eu não estaria aqui escrevendo este post.

A principal transformação – até agora – foi o parar de esperar por um intuito vindo do além – uma editora querendo publicar um dos meus livros; a Netflix me chamando pra escrever o episódio de uma série (sim, eu sonho grande) -, e começar a agir: criei esse blog justamente para ter o local final de meus textos. Eis a transform(ação).

Acredito que o sonho e o objetivo de todo artista – seja ele escritor, compositor, artista plástico etc. -, é fazer as pessoas, o público, se emocionar. E a emoção não é apenas chorar. Emoção é transformação. Quando você achou algo engraçado, algo se transformou dentro de você; quando você viu uma propaganda publicitária e sentiu uma vontade absurda de comprar um produto, algo se transformou dentro de você. Isso é emoção. Isso é arte.

Caso você seja um artista e esse não é o principal, ou um dos principais, objetivos da sua carreira – e de alguma forma o principal objetivo se tornou fama e dinheiro – acredito que você deva rever essa escolha, mas isso é tema para outro post.

O que quero dizer é que, com o blog, conseguirei alcançar as pessoas – inclusive outros artistas – e espero inspirá-las e ajudá-las em suas jornadas interiores e exteriores.

Essa transformação que a quarentena me trouxe foi realmente um exercício de autoconhecimento e também, autocrescimento. Para escrever bem é preciso praticar, então minha meta é continuar escrevendo até que eu não precise que a oportunidade de realizar um sonho caia do céu, mas que eu consiga alcançá-la pelos meus méritos e objetivos. Minha meta é não desanimar mais.

E você, que está lendo este post, sentiu que o tempo em quarentena te trouxe alguma transformação? Acha que ela te ajudou a rever seus princípios, suas principais atividades? Criou uma meta para viver nesse novo mundo pós-pandemia? Compartilhe sua experiência com as pessoas, deixe um comentário aqui no post, ou se você estiver lendo de um link de rede social, conta um pouco da sua transformação por lá. Histórias – sejam elas alegres ou tristes – inspiram histórias, normalmente alegres.

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Lembrem-se: fique em casa. Nós só conseguiremos vencer esse inimigo se nos unirmos (cada um na sua casa).

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As imagens deste post possuem #PraCegoVer com #AudiodescriçãoResumida em seus textos alternativos.

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