Fui finalista em um prêmio e me deu forças para continuar
Passados meses do resultado do Prêmio Carolina Maria de Jesus, no qual fui finalista com o romance “Um toque de vida”, estou revisitando a obra a fim de inscrevê-la em mais prêmios literários em 2024. O concurso realizado pelo Ministério da Cultura tinha o propósito de fomentar atividades relacionadas à promoção da literatura brasileira produzida por mulheres e valorizar autoras nacionais.
Eu não fui vencedora, mas sinto que ganhei. Ler meu nome ao lado de tantos nomes de mulheres escritoras, ver que a produção feminina de literatura é tão diversa e que a minha realização literária tem, sim, poder de chegar onde quiser, isso tudo me fez tão vencedora quanto aquelas que levaram o prêmio.
“Um toque de vida” é um livro bem diferente do que eu estou acostumada a escrever e é também extremamente pessoal. Ao abrirem as inscrições, sabia que ele era o livro certo para o concurso e corri para finalizá-lo. Sete meses depois, tive a confirmação de um júri especializado de que, ao ser finalista, é um livro capaz de alcançar um outro patamar. Vocês ainda ouvirão falar muito de “Um toque de vida”. Decidi que este ano ela percorrerá diversos concursos e, caso não seja vencedora em nenhum deles, em 2025 ela criará asas para o mundo.
Durante o processo de reescrita, percebi alguns pontos que podem tê-lo afastado do prêmio e estou corrigindo-os. A pior questão, para mim, sobre concursos literários são os pré-requisitos que não fazem muito sentido. Queria inscrevê-la no concurso da Alta Books, porém ela não alcança o número mínimo de páginas, que é 140. Não entendo o porquê de existir um mínimo, afinal, a história está ali, contada, não importa se tem 70, 90 ou 140 páginas.
O número máximo eu entendo, quanto maior o livro, mais caro de produzir.
No mais, quero dizer: mulheres, acreditem na nossa literatura, ela pode muito. E escritores, inscrevam-se em prêmios e concursos diversos, eles podem te relembrar do potencial que, muitas vezes, nós mesmos esquecemos que temos.