OPINIÃO

O amadurecimento em suas mais diversas formas | 2ª temporada de Ginny & Georgia

The road leads back to you
I say Georgia, oh Georgia, no peace I find

A estrada me leva de volta a você
Eu digo Georgia, oh Georgia, não encontro paz

– Ray Charles

A 2ª temporada de “Ginny & Georgia” chegou na Netflix no início do mês de janeiro para a alegria de quem estava com saudades de acompanhar essa relação de amor e ódio entre mãe e filha. Divisora de opiniões, a série com tom juvenil mostrou a que veio nessa segunda temporada: amadurecer.

Enquanto a primeira temporada foi marcada pela apresentação das duas personagens principais, a adolescente Ginny (Virgínia) e sua mãe, Georgia, a segunda temporada se aventurou por explorar outros personagens, o que foi uma ousadia, já que não tínhamos visto nenhum episódio narrado por outra pessoa que não as duas protagonistas e, nesta continuação, somos surpreendidos pela narração de Marcus (no episódio que achei o mais confuso de toda temporada, aliás, justamente por essa novidade).

Isso quer dizer que os roteiristas estão se aventurando por novos espaços, o que é muito bom para a série, que estava começando a se tornar infantilizada, principalmente pelas ações das personagens, tanto adolescentes, quanto adultas, e consequentemente, inverossímil.

As brigas entre Ginny e Georgia estavam ficando cada vez mais maçantes e até mesmo a atitude de Max quanto à Ginny e a ex-namorada, Sophie, descabida. Isso era prejudicial para os temas tão importantes que a história se propõe: a depressão, a automutilação e o racismo, que estavam sendo tratados de forma pueril no início desta segunda etapa.

Mas a maturidade chegou, seja para o roteiro, seja para os personagens, seja para a forma. A partir do meio da 2ª temporada, vemos uma história de qualidade se formando e uma série, antes juvenil e infantilizada, se tornando uma série adulta familiar de qualidade. Não queremos mais ver Ginny e Georgia brigando por qualquer motivo, queremos ver mãe e filha trabalhando juntas, cúmplices, maduras.

É impossível não fazer uma comparação com Euphoria, série jovem adulta da HBO Max. Os tons de ambas as séries são diferentes, mas Euphoria sabe a que veio, tem certeza absoluta do que quer e trata suas personagens como as adolescentes de 16/17 anos que são. Em “Ginny & Georgia”, sinto que ainda estão em dúvida qual o tom que querem passar com a série e essa montanha-russa entre o adulto e o juvenil só faz o espectador ficar confuso e as personagens de 16/17 anos parecerem ter 12 anos ou menos em certas situações.

Espero que a infantilidade vista durante a 1ª temporada e no início da 2ª temporada não retorne na 3ª, que ainda não está confirmada. Realmente torço pela produção dessa 3ª e, sinceramente, que seja a última temporada. Não queremos que as séries que gostamos terminem, mas sinto que se começarem a esticar demais, os caminhos começarão a ficar errados e, quem ama, deixa ir. “Ginny & Georgia” precisa de uma finalização madura e adulta em uma 3ª temporada.

Você assistiu a essa série? Concorda com essa questão da infantilidade e do amadurecimento? Deixa aqui nos comentários!

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