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Sobre Tik Tok, comunidades e medo de recomeçar

Hoje a minha conta do Tik Tok foi banida e o meu primeiro impulso, é claro, foi recorrer para consegui-la de volta, um impulso natural nesses tempos digitais que vivemos. Mas logo depois que o susto passou, o tweet de raiva estava postado e o pedido enviado, comecei a perceber que se eu não conseguisse recuperar minha conta no Tik Tok, eu teria que começar tudo do zero e, sinceramente, isso não seria uma coisa ruim.

A última vez que eu tinha checado, estava com 1925 seguidores por lá, o que, em números, é a minha segunda maior rede social, só atrás do Youtube, que nesse momento tem 2011 inscritos. Mas, em qualidade de seguidores, ele é a minhas pior rede social: mais de 1500 pessoas apareceram ali vindas da viralização de um vídeo feito em 2020 sobre COMER MANGA! O que isso tem a ver com o conteúdo que eu produzo? Exatamente. Nada.

No Youtube eu criei uma comunidade de mais de 2 mil pessoas do zero, pessoas que se interessam pelos assuntos que eu abordo, às vezes mais, às vezes menos, mas que de alguma forma clicaram naquele botãozinho “me inscrever” e quiseram me acompanhar. No Instagram, metade dos meus 1100 seguidores são conhecidos ou amigos e a outra metade também foi construída por meio de conteúdo, que até hoje eu luto por lá – uma luta quase sempre é ganha pelo deus algoritmo.

Agora, no Tik Tok, eu não tinha uma comunidade, eu não tinha nem mesmo aquela metade de conhecidos, eu tinha um monte de gente que se interessou por um vídeo de fruta. Eu nem consumo fruta direito (desculpa, nutricionistas). A questão é que o medo de ter que recomeçar do zero bate muito mais forte, a ponto de a primeira coisa a fazer ser recorrer a conta perdida, mesmo que isso não seja vantajoso.

O nome de usuário único em todas as redes (você pode me encontrar em todas elas como @cafecomnat) é a única coisa que perder a conta no Tik Tok traria de “prejuízo”, digamos assim. Claro, tinham vídeos que estavam postados lá e não tenho mais guardados, sabe, aquela coisa de guardar memórias em foto e vídeo dentro de redes sociais e às vezes tomar ações nostálgicas, como assistir tudo de novo, anos mais tarde. Mas acontece, é como perder um HD externo ou o celular cair na privada: na hora a gente sofre, mas depois esquece e a vida segue.

Quero recomeçar do zero? Não, não quero, mas se tiver que fazer isso por forças maiores, já sei que vou fazer muita coisa diferente e seguir um caminho novo, desde o início. Mudanças que quero fazer inclusive no Instagram, mas que tenho demorado um pouco mais, justamente por conta da transição e não de uma mudança brusca.

Às vezes penso como essas redes sociais são voláteis e como é difícil ser de uma geração que tem tanto contato e até mesmo dependência delas. Perder o Youtube ou o Instagram, por exemplo, seria perder dois anos de trabalho duro na produção de conteúdo, nem gosto de pensar nisso, mas é algo que pode acontecer. Não temos controle sobre o digital, por mais que ele dê a sensação de que temos.

A questão é: se você me acompanhava no Tik Tok, em 48 horas vamos descobrir se estarei de volta com a conta recuperada ou se eu vou ter que começar do zero. E se eu tiver que recomeçar do zero, daqui algumas semanas eu volto aqui para falar se foi tão horrível quanto o medo faz parecer ou se a comunidade que construí por lá ficou tão forte quanto a do Que tal um café?

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