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Vai que morre

Tomando uma taça de vinho, às três horas da tarde de uma terça-feira, depois de ter enviado a verificação das mudanças para a revisora de “Os Ares de Luisa“, me lembrei de uma imagem que se repetiu duas vezes, coincidentemente, em dois domingos, quando ainda estava em São Paulo.

Entre dez e onze horas da manhã de um (dois) domingo (s) e fui tomar café da manhã com o Renan nessa cafeteria que ficava próxima de nossa casa, era possível ir a pé. Observando o local, vimos um jovem, em torno dos 35 anos, olhando para o celular. À sua frente, na mesa, diversas latas de cerveja vazias e uma cheia ou quase cheia, que ele levava à boca em certos momentos.

No primeiro final de semana havia mais de 10 latas, no segundo, um pouco menos, por volta de 5, ele estava apenas começando. Esse jovem me incitou muita curiosidade: o que se passava na vida dele? Da primeira vez eu não me ative muito a isso, afinal é normal no fim de semana você beber até não aguentar mais sem motivo algum. Mas quando o mesmo fato se repetiu, eu queria muito saber a história desse personagem.

Não, não perguntei, apenas criei diversas suposições na minha mente – suposições essas que poderiam ser todas grandes mentiras. A que eu mais gostei é que ele era gamer e ganhava dinheiro com investimentos e realmente não tinha preocupações, além de torrar sua graninha merecida na cervejinha de todo dia.

Você crie a sua suposição.

A questão é por que nós precisamos criar motivos para fazer coisas que gostamos? Por que eu precisei ter completado mais uma etapa de publicação do livro para me deliciar com uma taça de vinho? A taça de vinho estava pronta para ser servida o tempo todo, só estar viva e bem não é motivo de celebração?

E não precisa envolver álcool não (coincidentemente meus dois exemplos envolviam), mas por que você não vai no cinema hoje? Ou vira a noite para observar o nascer do sol?

Outro dia, meu amigue Elisei reviveu o YOLO (You only live once | Você só vive uma vez) no Twitter e eu respondi com o novo jargão que, dos últimos dois anos para cá, está fazendo um pouco mais de sentido: vai que morre… Trágico, mas é uma água gelada que a gente precisa pra acordar, né?

Sei lá, vai que morre.

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