Audiodescrição resumida: ao fundo, poster com heróis da Marvel. Em letras brancas, O universo Marvel e sua empreitada no cinema.
OPINIÃO

O Universo Marvel e a Explosão dos Quadrinhos no Cinema

Gênio, bilionário e filantropo. E não estamos falando do Homem de Ferro. Com as novidades tecnológicas trazidas pelo novo século, vivenciamos um “boom” das adaptações cinematográficas dos quadrinhos (HQs). Essa explosão se vê concretizada atualmente pela enorme gama de filmes e séries lançados pela Marvel Studios. O sucesso é tão grande que o termo “Universo Marvel” foi criado para designar o mundo em que tais heróis existem. O próprio estúdio dividiu seu universo em 4 fases, a primeira delas iniciada em 2008, com Homem de Ferro e a última com filmes a serem lançados até 2023. 

Mas por quê essa temática e como apenas um estúdio consegue um sucesso de público tão grande assim?

Marvel Comics e as Adaptações Audiovisuais

Primeiramente, é preciso relembrar o processo pelo qual a Marvel Comics passou para que seus personagens começassem a ser adaptados para o cinema. Para sobreviver de uma crise financeira, a Marvel Comics vendeu os direitos de diversos personagens para o cinema. O primeiro foi Blade, em 1998, levado às telas pela New Line Cinema; seguido por X-Men, adaptado pela FOX em 2000 e Homem-Aranha, pela Sony, em 2002. Tais filmes mostraram que os personagens de quadrinhos poderiam ser base para filmes amplamente populares e de grande sucesso.

Já como um pequeno estúdio, ainda voltado apenas para o licenciamento de produtos referentes às adaptações, a Marvel Studios, em 2004, começou com o processo de construção de um estúdio para a produção de seus próprios filmes e imaginou o universo compartilhado junto com o criadores das histórias, Stan Lee e Jack Kirby. A partir de 2005, a Marvel voltou a ter os direitos autorais de heróis como Homem de Ferro, Hulk e Viúva Negra. Em 2009, a Marvel Entertainment foi comprada pela Walt Disney Studios, conglomerado do qual até hoje é uma propriedade independente. Kevin Feige, o atual diretor executivo, mas também produtor, roteirista e diretor dos filmes da Marvel, foi um dos principais nomes nessa empreitada que tornou a Marvel Studios não apenas uma organizadora de licenciamentos, mas também uma produtora de conteúdo. 

A Empreitada da Marvel Studios

O plano inicial da Marvel Studios era lançar filmes individuais dos heróis e depois uni-los em um crossover (um filme que juntaria todos em uma mesma história). Tal plano deu razoavelmente certo, iniciando, assim, a primeira fase do universo Marvel. O spin-off cinematográfico foi constatado um sucesso a partir desse universo cinematográfico criado pela Marvel. Os fãs já estão preparados – e ansiosos -, conhecem os personagens e conhecem o universo dos filmes. Pegando carona nessa ideia, franquias como Star Wars (com Rogue One); Invocação do Mal (com Anabelle) e outros criaram histórias dentro do mundo já conhecido pelos fãs e entusiastas, poupando tempo com a apresentação do mundo ali presente e dando mais atenção a cada história – artifício amplamente utilizado em séries atualmente.

O universo Marvel promove uma identidade única para cada filme criado, conseguindo abordar os temas políticos atuais, quando cabível, e também o humor e o entretenimento, em meio à ação. Depois do sucesso de Vingadores, a Marvel inicia a ousada criação do Universo Compartilhado, que realizou nas telas do cinema os que os fãs estavam acostumados a ver nos quadrinhos.

Os Super-Heróis, o Inconsciente Coletivo e a Herança

Os personagens de super-heróis estão presentes no imaginário ocidental desde a década de 1940, e são personagens cabíveis de adaptação temporal, afinal, o mal está e sempre estará presente em todas as décadas e é isso que o super-herói irá combater. Esse é um dos pontos que a Marvel Studios conseguiu captar e transmitir muito bem: a adaptação temporal de seus heróis. O Homem de Ferro, por exemplo, não poderia aparecer no cinema hoje como alguém lutando contra a guerra fria com uma armadura simples; ele possui um apartamento altamente tecnológico na cidade de Nova York, com um ajudante que é uma máquina – o que é verossímil para os dias atuais.

Outra atração trazida pelos filmes da Marvel foi a cena pós créditos. Claro que o recurso já havia sido utilizado antes – Curtindo a vida adoidado talvez seja o exemplo mais memorável -, porém, após o uso do recurso pelos Studios Marvel em todos os seus filmes, o número de lançamentos hollywoodianos que utilizam do mesmo cresceu de forma exponencial, principalmente para aqueles filmes que já se é sabido ter uma sequência. O ato de o espectador ficar sentado na cadeira assistindo todos os créditos subirem e ficar até o último segundo do filme – e o último nome – se tornou tradição. 

Com mais uma década desde o seu primeiro lançamento, o estúdio ultrapassou os 15 bilhões de dólares de bilheteria mundial, de acordo com a revista Vanity Fair. De algumas obras para cá, eles estão apostando em jovens diretores para conseguir adequar a linguagem a um público jovem, por exemplo, Jon Watts, de 34 anos, que havia dirigido apenas “filmes B”, foi chamado para dirigir Homem-Aranha: de volta ao lar, outro sucesso de bilheteria Marvel em 2017. Outro nome de destaque é a vencedora do Oscar, Chloé Zhao, que dirigirá a série Os Eternos, prevista para novembro de 2021.

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Esta é uma adaptação de um trabalho acadêmico para a disciplina História do Cinema, realizado em 2018, durante minha faculdade de Cinema.  Em breve você vai poder acompanhar uma adaptação desse conteúdo no Que tal um café? Fique ligado!

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